Estamos no meio do ano e aquela dúvida começa a pairar no ar: “será que transfiro meu filho de escola?” “Qual escola escolher?”
Bem, digamos que as respostas não são assim tão fáceis de serem obtidas porque é preciso muito cuidado para mudar de escola e além disso saber escolher uma outra escola que agregue mais benefícios do que a atual.
Se você tem algum tipo de restrição à escola de seu (s) (sua) filho (a) (s) tenha em mente que todas as escolas possuem defeitos e qualidades e muitas vezes os defeitos são temporários. De modo que vale a pena esperar.
Mas se você está mesmo desgostosa (o) e seu (s) (sua) filho (a) (s) também, daí não há mesmo jeito , o melhor é mudar para uma outra escola.
Cinco dicas para escolher uma escola particular:
1) Visite a escola e peça para conhecer o recreio . Se a escola negar , mal sinal , pode significar que a escola não é aberta a críticas, ao diálogo e a transparência. Se a escola permitir é um bom sinal.
No recreio observe: quantas pessoas fazem a supervisão, como é que a intervenção dos conflitos ocorre e se o recreio é ou não dirigido. O recreio nos dá uma ótima pista de como a escola lida com as diferenças, com os conflitos , com a segurança e como entendem o papel das brincadeiras na formação da criança;
2) Peça para conhecer o Projeto Pedagógico (P.P). Se não deixarem , mal sinal, pode significar que são avessos ao diálogo e a transparência, mas se permitirem bom sinal. Verifique se há contemplado no P.P. a inclusão e se a aprendizagem é mais voltada para o desenvolvimento de habilidades privilegiando a individualidade de cada um;
3) Conteúdos são importantes , porém o mais importante é como estão sendo construídos no interior da sala de aula. Verifique no P.P. como descrevem a prática pedagógica e o que valorizam. Se houver referências a projetos interdisciplinares como mediador na construção destes conteúdos, bom sinal. Mas , por outro lado, se a ênfase recair nas apostilas do sistema de ensino X, Y ou Z, fique alerta, pode ser um ensino conteudista e mais preocupado na transmissão de informação do que na construção interativa, colaborativa e experimental dos conteúdos. Conteúdos fortes são aqueles que desafiam e que inovam a forma de pensar e que estão atrelados as descobertas do momento científico atual, convidando os alunos a participar e não dizem respeito ao volume de informação;
4) Observe também no Projeto Pedagógico o sistema de avaliação. Há escolas que infelizmente ainda conferem nota utilizando formas decimais do tipo : 3,2 – 4,7. É inacreditável que isso exista neste século a despeito de todas as pesquisas realizadas na área da educação. Uma boa compreensão de sistema de avaliação está de acordo com as modernas teorias pedagógicas, prevendo que a avaliação se dá no processo de ensino/aprendizagem, isto é, a avaliação quer saber se o aluno atingiu os objetivos propostos, mas ao mesmo tempo revela se o ensino está, também ele, atingindo os objetivos. De modo que a avaliação é importante tanto para o aluno, como para o professor e deve ser entendida como um momento de correção de rumos de ambas as partes;
5) O projeto pedagógico da escola tem que estar em acordo como o seu (e de sua família) posicionamento no mundo Por exemplo: digamos que você seja uma pessoa super preocupada com o meio ambiente e que considera super importante diminuir o consumo de modo a diminuir a produção individual de lixo, portanto, é uma pessoa que dispensa a sacolinha plástica e usa a eco bag , tem lixeira orgânica em casa , compra apenas o necessário para si e para os filhos. Daí uma escola que valoriza o consumo e que tem pouco ou quase nenhuma preocupação com o meio ambiente em sua prática cotidiana (desperdiça água, luz, material etc…) e não apresenta durante o ano letivo nenhum tipo de projeto com esta temática, não é uma boa opção de escola para este caso. O inverso também é verdadeiro. De modo que , a questão de valores é fundamental.
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